A origem do Dia de Finados

Celebramos nesta quarta-feira (02/11) o Dia de Finados, onde nos reunimos como comunidade para rezar pelas almas dos nossos entes queridos, familiares e amigos, que já se foram. Porém, qual é a origem deste dia, o porquê de ser no dia 2 de novembro e quais foram os personagens na escolha desta data.

Nos primeiros séculos da era Cristã, os nossos irmãos não tinham uma data específica para celebrar o dia dos mortos, sendo celebrado em datas variadas; no entanto, desde esses tempos remotos os falecidos já tinham importante papel na fé da igreja primitiva, tendo relatos dos primeiros cristãos indo aos túmulos dos mártires rezar por eles e pedir sua intercessão junto a Deus. A data de 2 de novembro foi estabelecida pelo padre beneditino Odilo, na abadia de Cluny, na França, como forma de unificar as celebrações que, como disse anteriormente, não possuíam data única. Foi somente em 1915 que o Papa Bento XV permitiu que todos os sacerdotes celebrassem missas pelos finados.

Dia de Finados e Purgatório: 

O tema do Dia de Finados está muito ligado ao tema do purgatório, pois a Igreja acredita que muitas almas vão para o purgatório se purificar das manchas do pecado para adentrarem no Reino de Deus.

Segundo o Catecismo da Igreja Católica, o purgatório é o estado da alma que se encontra ainda manchada pelos pecados cometidos aqui nesta terra e que, portanto, não podendo contemplar a Deus face a face, se purifica no purgatório e dali, uma vez limpa e pura, adentra no Céu para contemplar a Trindade e louvá-lo pela eternidade junto com todos os santos e santas de Deus.

Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do céu” – Catecismo da Igreja Católica §1030.

A Igreja enxerga a doutrina do purgatório e a oração pelos defuntos pelos textos da Sagrada Escritura, sobretudo no livro segundo de Macabeus (12, 46): “Eis porque mandou fazer o sacrifício expiatório pelos falecidos, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado“.

Já pelos fiéis defuntos, o Catecismo da Igreja diz: “Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacríficio eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos” – Catecismo da Igreja Católica §1032.

Um dos grandes santos e doutores da Igreja, São João Crisóstomo, exorta aos seus irmãos da cidade de Corinto, por meio de uma carta, a rezarem pelos mortos e oferecer sacrifícios em sufrágio de suas almas: “Levemos a eles o socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1,15), por que deveriamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles” – Catecismo da Igreja Católica §1032.

Por fim, irmãos, é importante entender que celebramos ontem (01/11) o Dia de Todos os Santos e hoje o Dia dos Fiéis Defuntos para que a Igreja Corpo Místico de Cristo participe de igual modo de sua comunhão. A nós, Igreja militante, que ainda caminha neste mundo, rezamos aos Santos e Santas que já estão na Glória do Céu contemplando a Deus e a Virgem Santíssima, pedindo sua intercessão e que nos auxilie para alcançarmos a eternidade igual a eles. Também celebramos nossos irmãos finados, principalmente aqueles que se foram na amizade com Deus, mas que por conta das manchas do pecado se encontram no purgatório. Desse modo os três níveis da Igreja: Militante, Padecente e Triunfante, gozam de plena comunhão em Cristo.

Paz e Bem!    
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