Catequese: Por que na Missa não se diz “amém” no final do Pai-Nosso?

O Pai-Nosso é a principal oração dos cristãos em todo o mundo, sem dúvidas é a mais importante, pois nos foi ensinada pelo próprio Cristo aos apóstolos e discípulos (Mt 6, 9-13; Lc 11, 1-4). A Igreja preservou o costume desde os primeiros séculos da era cristã de chamar a oração do Pai-Nosso como a “Oração do Senhor”, pois “significa que a oração ao nosso Pai nos foi ensinada e dada pelo Senhor Jesus“, diz o Catecismo da Igreja Católica CIC §2765. A tradição litúrgica da Igreja também conservou esta oração, principalmente a versão mais estendida dela, vinda segundo o evangelho de São Mateus, que contem sete pedidos; ao contrário da oração segundo o evangelho de Lucas que só tem cinco pedidos.

Quando rezamos pessoalmente ou até mesmo em grupos de oração ou no Santo Terço e no Santo Rosário, no final do Pai-Nosso dizemos o amém, palavra de origem hebraica que não é fácil de ser traduzida em seu sentido mais profundo, mas que geralmente se traduz por “assim seja“; se trata de um vocábulo na qual utilizamos para concordar ou ratificar aquilo que foi pedido. No entanto, por que na Santa Missa não podemos dizer o amém no final da oração? Basicamente, a resposta é porque a oração ainda não terminou. Na Santa Missa, o sacerdote continua a oração do Pai-Nosso sozinho. Essa ação a Igreja chama de embolismo, que é quando se recolhe e se desenvolve a oração que veio antes.

O sacerdote continua a oração dizendo: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo salvador“. Depois dessa oração que o padre recita sozinho, o povo responde com uma antiga aclamação: “Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre!“.

Depois, o padre continua: “Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos apóstolos: eu vos deixo a paz, eu vos doi a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós, que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo“.

Após essa parte do sacerdote é que o povo pode dizer o “amém” e assim finalizar a oração.

Com isso, a oração do Pai-Nosso está dentro da liturgia eucarística como uma parte essencial de sua eficácia, pois a Santa Missa sendo a atualização do sacrifício de Cristo no Calvário ao Pai, a oração que o Filho Unigénito do Pai nos ensina é a prova também da eficácia de que o Espírito do Filho “que clama “Abá, Pai!” (Gl 4,6) também nos foi enviado para sermos com Cristo, em Cristo e por Cristo, filhos adotivos do Pai.

Referências: Catecismo da Igreja Católica §2765    
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