A Igreja celebra hoje a memória de Nossa Senhora do Carmo, a Virgem do Escapulário

 

Neste domingo (16 de julho), a Igreja celebra a memória de Nossa Senhora do Carmo, ou do Carmelo, a Virgem do Escapulário.

Porém, como se deu esta devocação mariana tão praticada por nós, fiéis católicos?

Tudo começou no século XII quando surgiram os primeiros monges carmelitas que, inspirados pelo estilo de vida do profeta Elias, se refugiaram no Monte Carmelo para praticarem uma vida mais voltada para a oração e um contato mais íntimo com Deus.

Esses primeiros monges eram cavaleiros cruzados que estavam cansados daquela vida de guerras e batalhas, por isso largaram tudo e construíram uma capela no Monte Carmelo com várias celas. Além de uma vida mais contemplativa, os monges carmelitas também exercitavam a fé com práticas de penitência e trabalhos manuais. Escolheram como Pai Espiritual o profeta Elias.

Dedicaram uma das capelinhas construídas à Virgem Maria e sob sua proteção imitavam suas virtudes. Por causa disso, os primeiros a irem visitá-los acabaram os chamando de Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo. Em meados do ano de 1209, os irmãos pediram de maneira oficial o reconhecimento da ordem por meio do bispo Alberto, patriarca de Jerusalém. A regra foi escrita e os irmãos foram até Roma apresentar a regra ao Papa. Em 1226, Papa Honório III concedeu a aprovação à Ordem.

Quase dez anos depois, os mouros (muçulmanos) começaram a perseguir os cristãos da região e por isso os carmelitas começaram a se dividir em dois grupos: aqueles que permaneceram em Jerusalém, que depois foram martirizados – e aqueles monges que se refugiram na Sicília, Creta, na Itália, e na Inglaterra em 1238.

Neste mesmo período, o prior geral dos carmelitas, São Simão Stock, recorreu à oração. No dia 16 de julho de 1251, São Simão novamente pediu à Virgem Santíssima o privilégio feudal, que é a proteção da Senhora sobre seus vassalos em tempos difíceis de perseguição. Assim rezou São Simão Stock: “Flor do Carmelo, vide florida. Esplendor do Céu. Virgem Mãe incomparável. Doce Mãe, mas sempre Virgem, sede propícia aos carmelitas, Ó Estrela do Mar”. Após finalizar, São Simão teve a visão da própria Santíssima Virgem rodeada de anjos e lhe entregou o escupalário e lhe disse: “Recebe, meu filho muito amado, este Escapulário de tua Ordem, sinal de meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas: quem com ele morrer, não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e de amor eterno”.

São Simão contou aos irmãos o que acabara de acontecer e então ascrescentaram o escapulário ao hábito. Depois de algum tempo adaptou-se o escapulário menor para que o povo também pudesse usá-lo. Em Fátima, na última aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos Lúcia, Jacinta e Francisco na Cova da Iria, Nossa Senhora apareceu de três formas diferentes, na terceira apareceu de Nossa Senhora do Carmelo tendo o escapulário nas mãos. Questionada depois sobre o que Nossa Senhora tinha pedido com aquela visão, Irmã Lúcia respondeu que a Virgem deseja que todos usem o Escapulário.

Em 1950, o Papa Pio XII chamou a toda a Igreja para “colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário, que está ao alcance de todos; entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste”.

Hoje a Ordem do Carmo está presente em todos os cantos da Terra e preenche a Igreja em todas as suas vocações: sacerdotais, matrimôniais (com os leigos consagrados na Ordem Terceira) e, claro, nas vocações religiosas.

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!

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