Maria Verônica, coordenadora do Movimento Mães que Oram pelos Filhos: “Quero de joelhos ver meus filhos de pé. Deus me sustenta e aumenta a minha fé”

 

 

Em agosto a Igreja celebra a memória de Santa Mônica, uma mulher simples que ficou conhecida no mundo inteiro por ser a mãe que através das abundantes lágrimas e preces, por 30 anos rogou pelo seu filho, Santo Agostinho, e conquistou a graça de vê-lo convertido à fé verdadeira.  Foi pensando neste verdadeiro exemplo de fé, amor e perseverança, que nós do O Magno entrevistamos a Maria Verônica (56) coordenadora do Movimento Mães que Oram pelos Filhos, que foi instalado na Capela Santa Teresa d’Ávila em julho e que fez seu primeiro encontro no último dia 14 do mês passado. 

Fiel da Capela Santa Teresa d’Ávila, Verônica falou um pouco sobre o seu chamado a coordenar o movimento, da importância e grandeza das mães que oram pelos seus filhos, dos primeiros contatos com a espiritualidade do grupo, as ações e trabalhos de caridade que o movimento possuí e deixou uma mensagem para as mães que enfrentam problemas envolvendo seus filhos. 

O Movimento Mães que Oram pelos Filhos surgiu com o seu primeiro grupo na Paróquia São Camilo de Léllis, localizada em Mata da Praia – Vitória/ES. O grupo era formado por vinte jovens mães, vindas de famílias católicas, sem experiência oracional, porém com uma imensa vontade de interceder pelos seus filhos. 

A coordenadora nacional se chama Angela Abdo, suscitou no coração da filha da Ângela orar pelos filhos, assim nasceu um grupo primeiro 4 jovens mães com a necessidade e chamado para orar pelos seus filhos. 

O movimento das mães que oram é reconhecido nacional e internacionalmente 

O.M – Quando conheceu o movimento Mães que Oram?

 

Verônica, Coord – Eu conheci o movimento mães que oram através de uma amiga que me convidou para ir na comunidade Santa Cruz, aqui no Presidente Dutra. Lá acontece todas às terças-feiras, às 20h, do grupo, das mães que oram pelos filhos, o terço e a formação, momento oracional. Então eu conheci através de uma amiga. A gente foi até lá e a partir desse dia eu nunca mais deixei de ir rezar o terço. 

 

O.M – Qual é a frequência dos encontros e momentos de oração do grupo? 

 

Verônica, CoordAqui na Capela Santa Teresa d’Ávila acontece o encontro do grupo Mães que Oram todas as sextas-feiras, às 20h. Duração de uma hora. Primeiro se inicia com a oração do Terço pelos filhos, momento oracional, formação para as mães, oração sobre os pedidos, e no final a gente dá os avisos relacionados à paróquia, a nossa comunidade. 

O.M – Atualmente quantas pessoas participam, na paróquia e se possível na diocese?

 

Verônica, Coord – Atualmente depende muito, de quinze a vinte mães que vêm para o Terço, depende do dia, se está chovendo, muitas mães são idosas. Mas está tendo uma frequência boa, com perseverança, graças a Deus. 

 

O.M –  O que fez com que quisesse participar do movimento? 

 

Verônica, Coord – Quando eu conheci o movimento, através de uma amiga como eu disse, eu me identifiquei com o movimento, gostei muito. O Terço em si é simples e forte ao mesmo tempo. 

O.M – Como são as orações, quais são? 

 

Verônica, Coord – A gente reza pelos nossos filhos, reza pelos filhos das outras mães e rezamos pelos filhos prediletos, que são os sacerdotes. Tanto que no último Mistério, a gente reza pelos filhos prediletos. Então a gente fala assim: “Quero de joelhos ver meus filhos de pé, Deus sustenta muito a minha fé. Deus mantenha o Padre César,  Padre Douglas e o Padre Aderivon de pé. Isso você fala dez vezes. O Padre Aderivon é o diretor espiritual do movimento mães que oram. 

O.M – Você tem um testemunho? 

 

Verônica, Coord – O meu testemunho aconteceu, não foi uma coisa que aconteceu assim rápido. Não. Aconteceu muito tempo com uma situação bem difícil pra mim. Então chegou um momento que eu entrei numa tristeza, numa depressão mesmo, achando que eu não iria fazer mais nada na comunidade. Até então eu nunca tinha assumido nada de coordenação. E aí com esse momento de tristeza, de insatisfação, de situações difíceis, quem tem família sabe… eu fui me confessar com o Padre Douglas. E o Pe. Douglas falou assim pra mim: “Verônica, eu quero que você pegue o Terço e reze pela sua conversão”. Aí eu falei: “Pela minha conversão? Meu Deus. Tudo bem!”. Então meio contrariada, mas comecei a rezar pela minha conversão. É duro você ouvir uma coisa assim, né. Mas é como eu falo, a gente só vai entender lá na frente. Então passou e nesse meio eu conheci o grupo das Mães que Oram aqui no Presidente Dutra. Em seguida, numa semana eu conheci o grupo, e na outra semana ia ter o Encontro nacional e internacional na Canção Nova das Mães que Oram pelos Filhos, de 11 a 14 de julho de 2023, e eu fui e nesse momento que eu participei senti um chamado, mas ainda não aceitava com medo. 

 

Então passou algumas semanas e a Priscila me falou lá na Canção Nova mesmo: “Verônica, quando vai ser o encontro piloto?”. Eu falei: “Meu Deus do céu”. Então assim já estava alguma coisa para acontecer e fiquei com medo. Nosso primeiro encontro aconteceu no dia 14 passado, em julho. Então tudo é no tempo de Deus, tudo é porque o Senhor quer. E assim, foi como Nossa Senhora me pegasse no colo e me levasse porque estava bem difícil pra mim, uma tristeza, de insatisfação, como eu falei. Então meu testemunho é esse, de amor, de intercessão de Nossa Senhora por mim, de me tirar de uma situação muito entristecida e me dá essa presente porque o movimento é um presente. O Movimento das Mães que Oram é a coisa mais linda do mundo. Quando eu comecei a conhecer, eu me apaixonei. Pra você ter uma ideia, quando disse que a gente ia ter aqui, eu já comprei imagem, eu comprei as toalhas, porque o movimento tem muita coisa para comprar e Nossa Senhora foi me dando. Então agora a gente se encontra toda sexta-feira, é lindo, é maravilhoso, não é fácil porque os empecilhos vem, mas Nossa Senhora vai abrindo os caminhos para gente e a gente vai fazendo acontecer. E para a gente colher esses frutos nós temos que ser humildes e obedientes e viver na unidade, porque quem é obediente é humilde e quem é humilde vive na unidade. Então o tripé do movimento é Obediência, Humildade e Unidade. 

O.M – Em agosto a igreja celebra a memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, que rezou por mais de 30 anos pela conversão do filho, qual é a importância dessa santa para o grupo e se ela é um modelo para as mães que frequentam o movimento? 

 

Verônica, Coord – Santa Mônica é co-padroeira do Movimento Mães que Oram pelos Filhos. Santa Mônica rezou por trinta anos pela conversão do filho dela. Ela teve três filhos, mas Santo Agostinho era um filho muito trabalhoso. Então Santa Mônica representa muito como uma mãe de oração, uma mãe que obedeceu a Deus, ela sabia a importância que era orar para trazer essa família na presença de Deus. Porque a família de Santa Mônica, o marido dela era um homem rude, não era um homem fácil de se dar. Era um homem difícil. Então Santa Mônica é um grande exemplo de perseverança e oração para todos nós, cada um de nós tem um familiar ou amigo que precisa das nossas orações, ela permaneceu firme e orou com fervor até que Deus ouvisse suas preces. Por isso, e por ser uma mãe de oração, ela é co-padroeira do movimento. Um exemplo de fé e obediência. 

 

O.M – Os pais também podem participar dos encontros e dos momentos de oração? 

 

Verônica, Coord – Olha, nunca vi. Por isso que é assim, a gente tem o terço dos filhos, das mães que oram pelos filhos e na outra sala acontece o Terço dos Homens. Isso (da junção dos pais) só acontece quando a Diocese pede. Eu fui na Santa Cruz e teve um momento da participação do Terço dos Homens com as Mães que oram, porque às vezes têm pais que vão lá rezar o terço e levam as esposas para o Movimento Mães que Oram, mas eles ficam numa sala e a gente em outra. 

O.M – Quais são as intenções do Terço que é rezado nos encontros e demais orações? 

 

Verônica, Coord – Então o terço é assim: rezamos pelos nossos filhos, pelos filhos das outras mães, pelos filhos encarcerados, pelos filhos prediletos, que são os padres, pelos filhos adotivos, pelos filhos, pelos filhos que você adota espiritualmente, e em geral por todos os filhos. 

O.M – O Movimento realiza algum trabalho de caridade? 

 

Verônica, Coord – Esse movimento tem alguns trabalhos que são apoio aos encarcerados, apoio às crianças adotivas, apoio às pessoas que estão envolvidas com drogas, mães que estão passando por situações assim. Então tem esses trabalhos são feitos a parte, que tem mães que fazem esses trabalhos. Então é muito lindo esse Movimento das Mães que Oram. 

O. M – O que você diria às mães que hoje sofrem tanto pelos problemas envolvendo seus filhos? 

 

Verônica, Coord – O que eu posso dizer às mães que nesse momento passam, alguma dificuldade, com seus filhinhos é que elas perseverem na fé, na fé em Deus. E pela intercessão de Nossa Senhora, elas rezem o Terço pelos filhos porque nenhuma mãe ficará desamparada, porque a gente tem uma Mãe, que é Nossa Senhora, e ela nunca nos abandonará. Ela é uma Mãe intercessora, ela é uma mãe que sofre, uma mãe que vê as nossas necessidades. Então hoje aquela mãe que sofre com seus filhos nas drogas, sofrendo com filho rebelde, sofrendo com o filho desempregado, sofrendo com o filho na depressão, a saída, a única saída é a oração. Então pegar o terço e ir rezar pelos filhos. Isto que eu tenho que dizer para as mães porque uma mãe que ora, como diz nas contas menores, que a gente reza assim: “Quero de joelhos ver meus filhos de pé. Deus me sustenta e aumenta a minha fé”. Uma mãe que está de joelhos, vê o seu filho de pé. Tem até uma música que é assim: “Mãe que ora é confiante em Jesus e não tem tempo a perder. Dobre os joelhos no chão com a palavra e com a luz e no peito um clamor”. Uma mãe que clama a Deus, que ela reza o Santo Terço, uma mãe orante, uma mãe de fé, uma mãe que chora, porque Nossa Senhora na aparição de La Salette, ela aparece chorando pelos filhos, nós somos filhos de Nossa Senhora, ela nos adotou como filhos dela, então Nossa Senhora chora pela nossa conversão, de ver tantos filhos perdidos nos pecados, perdidos em tantas situações adversas. 

 

Então eu falo para essas mães que estão assim nessa situação, que elas não desistam, que elas persistam, que elas rezem, venham para o Movimento rezar juntas porque juntos somos fortes, somos mais, sozinhas somos pétalas, mas juntas somos rosas. Então que venham para a gente rezar. Acontece todas as sextas-feiras, às 20h, na Capela Santa Teresa d’Ávila. Só não acontece no dia que tem algum evento da paróquia, aí não é possível. Mas que venham rezar, porque é só através da oração que se chega ao coração de Jesus. 

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